O texto a seguir vem de um amigo que sofreu para assistir ao jogo do Palmeiras no Pacaembu, isso porque umas das pessoas que estava com ele eh Cadeirante.
Por Fabio Giron,
Escrevo este email com maiores detalhes sobre a aventura de levar uma pessoa cadeirante a um evento esportivo, neste caso, a maior paixão do brasileiro no país que irá sediar a próxima Copa do Mundo.
Compramos o ingresso pelo site FutebolCard.com através do cartão VISA e saimos antecipadamente, chegando ao Pacaembu com aproximadamente 1 hora de antecedência. Como estávamos com uma cadeirante conosco, buscamos antes mesmo de sair de casa informações sobre acesso especial no estádio e o site da Federação Paulista informa que este tipo de acesso se dá através do Portão 13 para a numerada laranja. Há também uma informação ilusória de que existem no contorno do Pacaembu 28 vagas para deficientes, o que em dia de jogos com mais de 20mil pessoas deixa de existir devido a ação dos mafiosos flanelinhas.
Pois bem, ao chegar no estádio questionamos prontamente os policiais e pessoas identificadas com os coletes sobre o local para parar o carro, porém as informações foram complemente desencontradas. Foi então que um dos policiais nos orientou a se dirigir até a entrada do Complexo Esportivo do Pacaembu. Demos a volta no estádio (demoramos cerca de 15min somente para essa atividade) e lá chegando, pasmem: fomos informados que ali naquele espaço existiam somente 2 vagas para deficientes e que as mesmas já estavam ocupadas. Após algumas reclamações, permitiram o nosso acesso e “inventaram” uma vaga perto do portão.
Descemos do carro perto das 15h30 e ai começou outro desafio: como chegar no tal Portão 13, afinal, estávamos com a cadeirante atrás dos tobogãs do estádio. Tentamos acesso pela entrada lateral ao tobogã, mas o policial que estava ali no portão impediu o nosso acesso alegando que não havia como levá-la para o outro lado das numeradas. Questionei então o que eu deveria fazer e o mesmo me disse que a única forma seria dar a volta no estádio até o portão.
Saimos então do estacionamento e começamos a encarar o desafio de levá-la pela calçada. Obviamente isso não foi possível, pois a calçada estava em condições impraticáveis. Fomos então pela rua, enquanto o pai da minha noiva guiava a cadeirante, fui na parte de trás segurando os carros e me arriscando na rua.
Após aprox. 10 minutos, chegamos na entrada do Portão 13, como orientado pela própria Federação. E acredite: a pessoa que lá se encontrava não permitia que acompanhantes da cadeirante fizesse o acesso pela mesma entrada, muito menos havia catracas para acesso dos acompanhantes. Ou seja, teríamos que deixá-la sozinha lá com um agente da federação e nos dirigir até a entrada 17 para passar pela catraca. Após algumas brigas, conseguimos deixar um acompanhante com ela e nos dirigimos até o portão 17 na presença de um dos ouvidores que lá se encontravam. Dez minutos após chegar no portão indicado, passamos pela catraca e nos dirigimos até o encontro pela parte interna do estádio, onde a cadeirante nos esperava.
Neste momento o jogo já havia iniciado e foi então que nos deparamos com o último desafio: local no estádio para o cadeirante. Obviamente os locais destinados para cadeirantes já estavam ocupados e tivemos que solicitar a retirada de algumas pessoas que lá estavam para melhor acomodação. Não há como ter acesso a um lugar digno para ver o jogo para este tipo de pessoa e mais: o acompanhante deve ficar o jogo INTEIRO de pé, não há lugares para o mesmo se sentar. Ou seja, durante 2 horas, caso queira acompanhar uma pessoa com deficiência, passará pelo incômodo de uma vista horrível do campo e de não poder sequer sentar-se, pois os 3, 4 bancos que lá se encontram já estavam ocupados por idosos e outras pessoas. Acrescente a tudo isso o sol forte de domingo, que contribuiu para piorar a situação.
Pois é, fica aqui a minha indignação. E assim o Brasil caminha para a Copa do Mundo.
Por Fabio Giron,
Escrevo este email com maiores detalhes sobre a aventura de levar uma pessoa cadeirante a um evento esportivo, neste caso, a maior paixão do brasileiro no país que irá sediar a próxima Copa do Mundo.
Compramos o ingresso pelo site FutebolCard.com através do cartão VISA e saimos antecipadamente, chegando ao Pacaembu com aproximadamente 1 hora de antecedência. Como estávamos com uma cadeirante conosco, buscamos antes mesmo de sair de casa informações sobre acesso especial no estádio e o site da Federação Paulista informa que este tipo de acesso se dá através do Portão 13 para a numerada laranja. Há também uma informação ilusória de que existem no contorno do Pacaembu 28 vagas para deficientes, o que em dia de jogos com mais de 20mil pessoas deixa de existir devido a ação dos mafiosos flanelinhas.
Pois bem, ao chegar no estádio questionamos prontamente os policiais e pessoas identificadas com os coletes sobre o local para parar o carro, porém as informações foram complemente desencontradas. Foi então que um dos policiais nos orientou a se dirigir até a entrada do Complexo Esportivo do Pacaembu. Demos a volta no estádio (demoramos cerca de 15min somente para essa atividade) e lá chegando, pasmem: fomos informados que ali naquele espaço existiam somente 2 vagas para deficientes e que as mesmas já estavam ocupadas. Após algumas reclamações, permitiram o nosso acesso e “inventaram” uma vaga perto do portão.
Descemos do carro perto das 15h30 e ai começou outro desafio: como chegar no tal Portão 13, afinal, estávamos com a cadeirante atrás dos tobogãs do estádio. Tentamos acesso pela entrada lateral ao tobogã, mas o policial que estava ali no portão impediu o nosso acesso alegando que não havia como levá-la para o outro lado das numeradas. Questionei então o que eu deveria fazer e o mesmo me disse que a única forma seria dar a volta no estádio até o portão.
Saimos então do estacionamento e começamos a encarar o desafio de levá-la pela calçada. Obviamente isso não foi possível, pois a calçada estava em condições impraticáveis. Fomos então pela rua, enquanto o pai da minha noiva guiava a cadeirante, fui na parte de trás segurando os carros e me arriscando na rua.
Após aprox. 10 minutos, chegamos na entrada do Portão 13, como orientado pela própria Federação. E acredite: a pessoa que lá se encontrava não permitia que acompanhantes da cadeirante fizesse o acesso pela mesma entrada, muito menos havia catracas para acesso dos acompanhantes. Ou seja, teríamos que deixá-la sozinha lá com um agente da federação e nos dirigir até a entrada 17 para passar pela catraca. Após algumas brigas, conseguimos deixar um acompanhante com ela e nos dirigimos até o portão 17 na presença de um dos ouvidores que lá se encontravam. Dez minutos após chegar no portão indicado, passamos pela catraca e nos dirigimos até o encontro pela parte interna do estádio, onde a cadeirante nos esperava.
Neste momento o jogo já havia iniciado e foi então que nos deparamos com o último desafio: local no estádio para o cadeirante. Obviamente os locais destinados para cadeirantes já estavam ocupados e tivemos que solicitar a retirada de algumas pessoas que lá estavam para melhor acomodação. Não há como ter acesso a um lugar digno para ver o jogo para este tipo de pessoa e mais: o acompanhante deve ficar o jogo INTEIRO de pé, não há lugares para o mesmo se sentar. Ou seja, durante 2 horas, caso queira acompanhar uma pessoa com deficiência, passará pelo incômodo de uma vista horrível do campo e de não poder sequer sentar-se, pois os 3, 4 bancos que lá se encontram já estavam ocupados por idosos e outras pessoas. Acrescente a tudo isso o sol forte de domingo, que contribuiu para piorar a situação.
Pois é, fica aqui a minha indignação. E assim o Brasil caminha para a Copa do Mundo.
